Atenção, fãs de takeaway: embalagens de plástico podem estar a contaminar a sua comida
Em experiências com ratinhos, investigadores chineses descobriram evidências de que, uma vez exposta aos vários aditivos químicos que se infiltram nas embalagens de plástico aquecidas, a água potável provoca alterações no organismo.
Uma vez que outros estudos recentes revelaram que os microplásticos se acumulam em coágulos sanguíneos no cérebro, no coração e nas pernas dos seres humanos, a epidemiologista Yueping Wu e os seus colegas decidiram aprofundar a investigação sobre os efeitos cardiovasculares.
É essencial evitar a utilização de recipientes de plástico para alimentos a alta temperatura.
Argumentaram os autores do estudo da Universidade de Medicina de Ningxia, cujos testes em ratos foram motivados por um inquérito realizado a 3179 idosos, na China.
Os idosos que indicaram uma maior exposição ao plástico no questionário tinham mais probabilidades de sofrer de insuficiência cardíaca congestiva - esta é incapacidade do músculo cardíaco para manter a circulação, levando a uma acumulação de sangue nas veias e de líquido nos tecidos.
Apesar do impacto no ser humano não ser conhecido, neste estudo, especificamente, as conclusões sugerem que as embalagens de plástico aquecidas podem não ser um recipiente seguro para alimentos.
Químicos libertados pelo plástico alteraram o microbioma intestinal
Para o estudo, os investigadores alimentaram, ao longo de três meses, 24 ratos com os químicos libertados pelos recipientes de plástico quando são aquecidos com água da torneira a ferver. Estes químicos foram produzidos ao colocar recipientes de plástico em água quente da torneira durante um, 5 e 15 minutos.
As conclusões mostraram que os ratos que beberam a água contaminada tinham um microambiente intestinal alterado em comparação com os oito ratos de controlo que não beberam. Os seus microbiomas intestinais tinham sofrido alterações significativas após a exposição ao plástico e aos seus produtos químicos, incluindo alterações na flora associadas à inflamação.
Além disso, o sangue dos animais expostos mostrou um pico de mensageiros imunitários inflamatórios, que são fatores de risco para as doenças cardiovasculares.
Estas alterações podem estar relacionadas com o facto de os químicos libertados pelos produtos plásticos perturbarem a microbiota e os fatores inflamatórios, que depois desencadeiam a inflamação e os danos no miocárdio.
Explicou a equipa.

Fonte: Hussain et al., Environmental Science & Technology, 2023
Efetivamente, estudos recentes demonstraram que a utilização de recipientes de plástico para alimentos no micro-ondas pode libertar microplásticos e nanoplásticos para a refeição, mesmo que os recipientes afirmem ser seguros para esse ambiente.
Apenas três minutos podem libertar milhares de milhões de pequenas partículas de plástico, não sendo claro quantas dessas partículas de plástico são absorvidas pelo organismo, quando ingeridas.
Os potenciais efeitos da poluição por plásticos na saúde estão a começar a surgir, mas a evidência que tem sido acumulada não é positiva, conforme ressalvado.
Digam lá isso aos senhores donos disto tudo, a ver se eles abdicam das embalagens de plástico, é só entrar no mundo deles, (hipermercados) e até brilha… enfim, só hipocrisia.
Obrigado, senhores capitalistas pelo vosso maravilhoso legado plástico, que está a envenenar o mundo. E esses líricos das organizações ambientalistas que estão a perturbar o vosso trabalho têm é que ser já todos engavetados.