Empresas de robótica dos EUA exigem plano nacional para contrariar o domínio da China
O crescimento da China traduz-se, também, na robótica, com o país a mostrar avanços significativos. Por este motivo, as gigantes dos Estados Unidos da América (EUA) neste campo exigem uma estratégia nacional que seja capaz de contrariar a evolução chinesa.
Numa reunião à porta fechada, com legisladores americanos, em Washington, representantes de empresas de robótica americanas terão mostrado designs de robôs humanoide de ponta, e salientado a urgência políticas que apoiem o seguinte:
- Produção nacional;
- Investigação;
- Utilização de robôs da próxima geração.
De forma simples, as empresas de robótica americanas, que incluem a Tesla, a Boston Dynamics e a Agility Robotics, terá instado o Governo dos EUA a adotar uma estratégia nacional para competir com as capacidades chinesas.
Apoiado pela Association for Advanced Automation, o grupo terá alertado ainda para o facto de as fabricantes chinesas terem feito da robótica e da Inteligência Artificial (IA) pilares da sua estratégia nacional, por via de um investimento estatal significativo.
As empresas americanas terão argumentado que a ausência de políticas nacionais comparáveis põe em risco a liderança do país em matéria de robótica impulsionada por IA, bem como o ecossistema tecnológico mais amplo.
A próxima corrida da robótica é impulsionada pela IA e está em disputa.
Disse Jeff Cardenas, cofundador da startup Apptronik, com sede em Austin, mencionando a história da América em automação industrial.
Conforme recordou, a General Motors já liderou o mundo, com a implementação do primeiro robô industrial, em 1961. Contudo, o Japão e, mais tarde, a Europa, ultrapassaram os EUA nesta área.
De acordo com a proposta apresentada pelo grupo, um gabinete federal dedicado à robótica poderia canalizar fundos para investigação académica, inovação comercial e programas de formação de mão de obra. Estes são, na sua perspetiva, passos cruciais para o aumento da produção.
De facto, para Jonathan Chen, que gere o desenvolvimento do robô humanoide Optimus da Tesla, a construção de um protótipo é apenas metade da batalha, pois a capacidade de produção em massa é fundamental para manter uma vantagem global competitiva.
O deputado Raja Krishnamoorthi, que participou na reunião, em Washington, concorda que os EUA precisam de se manter ágeis e bem financiados para manter a liderança: "Estamos à frente neste momento, mas a China está a dedicar recursos a um ritmo incrível".
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Os Estados Unidos, historicamente, têm demonstrado uma tendência a recorrer a medidas extraordinárias quando enfrentam dificuldades para competir com empresas ou países que apresentam avanços significativos em determinados setores estratégicos. Exemplos não faltam na história recente, evidenciando que, em vez de fortalecer sua competitividade por meio de inovação ou políticas de incentivo interno, muitas vezes optam por estratégias que envolvem sanções, acusações controversas ou medidas que limitam o crescimento de seus concorrentes.
Entre os casos notórios, posso indicar alguns exemplos:
Toshiba (Japonesa): Na década de 1980, a Toshiba foi alvo de sanções e fortes críticas dos Estados Unidos sob a justificativa de questões de segurança nacional, após alegações de que a empresa teria vendido tecnologia avançada para países adversários. As consequências incluíram não apenas restrições comerciais, mas também danos à reputação da empresa.
Alstom (Francesa): O caso emblemático da Alstom destacou a detenção de seu executivo principal, Pierre Gauthier, sob acusações de corrupção. Posteriormente, a Alstom foi obrigada vender parte da empresa para GE dos Americanos, o que muitos interpretaram como uma estratégia de enfraquecimento da concorrência em setores estratégicos, como o de energia.
Huawei (Chinesa): Mais recentemente, a Huawei tornou-se o alvo principal de uma série de sanções e restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos, sob a justificativa de preocupações com a segurança nacional. Além disso, a prisão da CFO Meng Wanzhou, em 2018, em um episódio amplamente debatido, foi interpretada por muitos analistas como uma tentativa de desacelerar o avanço tecnológico da China no setor de telecomunicações.
Esses exemplos reforçam um padrão de comportamento em que, diante de uma concorrência significativa, os Estados Unidos recorrem a medidas externas, como sanções comerciais, “raptos” (basta inventar uma desculpa qualquer), coações e ameaças, restrições legais e uso de narrativas geopolíticas, para proteger suas empresas e setores estratégicos. Embora tais medidas sejam justificadas sob pretextos como segurança nacional ou práticas comerciais desleais, é difícil ignorar o impacto que elas têm no equilíbrio do mercado global e na evolução da concorrência.
No contexto atual, em que empresas de robótica dos Estados Unidos clamam por um plano nacional para enfrentar o avanço da China, é crucial refletir sobre se a estratégia será baseada em inovação e competitividade legítima ou na repetição de práticas que visem dificultar o progresso de seus concorrentes. A competitividade saudável é um motor essencial para o avanço tecnológico e econômico global, e não deve ser substituída por práticas que limitem o desenvolvimento alheio.
No atual cenário global, em que empresas de robótica dos Estados Unidos pressionam por um plano nacional para enfrentar o avanço tecnológico da China, torna-se crucial analisar a abordagem estratégica que será adotada. A questão central está em determinar se essa estratégia será fundamentada em inovação e competitividade legítima ou se se repetirão práticas destinadas a conter o progresso de concorrentes estratégicos.
A competitividade saudável é um motor essencial do desenvolvimento tecnológico e económico global. No entanto, essa dinâmica não deve ser substituída por medidas restritivas que limitem o crescimento de outras nações ou empresas, pois isso compromete o equilíbrio e a cooperação internacional. O avanço tecnológico deve ser guiado por princípios de inovação e colaboração, evitando ações que possam ser interpretadas como coercitivas ou protecionistas.
Histórico de Práticas Restritivas:
Casos anteriores ilustram como práticas restritivas podem impactar negativamente o equilíbrio competitivo. Por exemplo:
Toshiba: A empresa japonesa enfrentou sanções econômicas que limitaram sua atuação no mercado americano, prejudicando sua capacidade de inovação.
Alstom: A gigante francesa teve seu CEO detido sob acusações de corrupção, levantando dúvidas sobre as motivações reais por trás da ação.
Huawei: A empresa chinesa viu sua diretora financeira detida sob circunstâncias controversas, gerando questionamentos sobre a validade das acusações.
Esses episódios frequentemente foram justificados por razões políticas ou de segurança nacional, mas levantaram suspeitas sobre se o objetivo real era proteger interesses legítimos ou conter o avanço de concorrentes estratégicos.
Nos Estados Unidos, empresas como Tesla, Boston Dynamics e Agility Robotics têm defendido a criação de uma estratégia nacional para robótica. Essa proposta inclui a criação de um escritório federal para coordenar ações no setor e oferecer incentivos financeiros às empresas. O objetivo é competir com a China, que já lidera na produção de robôs industriais e avança rapidamente em tecnologias como inteligência artificial integrada à robótica.
A China, por sua vez, implementa políticas robustas para promover sua indústria robótica, incluindo subsídios e incentivos fiscais. Em 2023, o país foi responsável por mais da metade das novas instalações globais de robôs industriais.
Diante desse cenário, é imperativo que os Estados Unidos desenvolvam uma estratégia baseada na promoção da inovação e na competitividade justa. Evitar práticas restritivas e respeitar os princípios de cooperação global são essenciais para garantir um progresso tecnológico equilibrado. Apenas assim será possível fomentar um ambiente onde todas as nações possam contribuir para avanços significativos no setor de robótica e tecnologia.
Gostei de ler o teu texto, acho que é uma boa análise e visão das coisas. No entanto, não consigo deixar de pensar na Europa e ver o quão atrasados e ao lado estamos comparativamente aos asiáticos e aos americanos.
É quase como se nós ainda fizéssemos fogo com pedras e eles já andam de isqueiro no bolso.
Claramente, pós-Segunda Guerra Mundial, a Europa deixou-se ficar com uma visão, diria que até bastante infantil, de “somos todos os melhores amigos e vamos viver todos felizes para sempre”.
É inegável que, no que toca a qualidade de vida e direitos humanos, estamos mais à frente que os outros, e no resto? É que, para ter isto que temos neste momento, é preciso uma base por trás que gere riqueza e soluções para sermos competitivos, caso contrário tudo o que temos por garantia hoje na Europa um dia vai desaparecer e vamos todos levar com uma chapada de realidade. Que, convenhamos, já estamos a levar hoje em dia.
Mas cá vamos indo, e verdade seja dita, numa coisa até somos bons, que é a multar empresas fora da Europa. Nisso somos bons, conseguimos criar um esquema legal para extorquir dinheiro aos outros. Nem tudo é mau heheh