União Europeia vai exigir uma nova rotulagem para todos os telemóveis e tablets
Esta medida irá pôr fim a antigas dores de cabeça para os utilizadores da Apple. A UE oficializa o novo sistema de rotulagem para smartphones e outros dispositivos eletrónicos.
Mais uma regra da União Europeia
A União Europeia está determinada a que possamos sempre reparar os nossos dispositivos eletrónicos. Foi assim que nasceram as novas regras da UE para garantir a possibilidade de reparação de equipamentos, como o iPhone durante pelo menos dez anos.
Agora, está a chegar um novo sistema de rotulagem semelhante ao utilizado para classificar a eficiência energética de aparelhos como televisores ou máquinas de lavar roupa, mas orientado para a possibilidade de reparação.
A partir deste verão, os smartphones e os tablets terão de cumprir o Regulamento (CE) n.º 2023/1669, aprovado há quase dois anos, que acrescentará uma nova etiqueta à sua caixa. O objetivo é medir, numa escala de sete pontos, o grau de reparabilidade dos componentes que constituem dispositivos como os iPhones e os iPads.
Qual é a nova etiqueta para dispositivos como o iPhone e o iPad?
De A a G, sendo “A” a pontuação mais elevada e “G” a mais baixa, fabricantes como a Apple terão de assinalar, a partir de 20 de junho, o grau de reparação dos seus dispositivos.
A medida não afetará apenas a Apple, como já foi referido, mas também qualquer telemóvel, inteligente ou não, bem como qualquer tablet entre 7 e 17,4 polegadas, pelo que os iPads também estão incluídos na equação.
A UE pretende “contribuir para otimizar a utilização das principais matérias-primas” e “facilitar a sua reciclagem”, pelo que os consumidores terão à sua disposição um rótulo claro que indica em que medida o dispositivo que compram é reciclável.
- I: código QR no qual os fabricantes, como a Apple, podem adicionar uma ligação ao seu sítio Web para explicar em pormenor a possibilidade de reparação e a facilidade (ou não) de reciclagem do dispositivo e das suas diferentes partes.
- II: nome da marca do produto (“iPhone”, “iPad”, etc.).
- III: identificação do modelo específico (“iPhone 16”, “iPad Pro (M4)”, etc.).
- IV: escala de cores na qual se podem ver os diferentes tipos de eficiência energética existentes e nos quais o dispositivo pode ser classificado.
- V: indicador de eficiência energética, sendo “A” a pontuação mais elevada e “G” a mais baixa.
- VI: autonomia efetiva do dispositivo por ciclo de carga. Por outras palavras, quantas horas e minutos de autonomia, em média, devem os dispositivos, como o iPhone e o iPad, proporcionar desde o momento em que são carregados a 100% até ficarem completamente esgotados.
- VII: Indicador da resistência à queda do dispositivo, de “A” a “E”, sendo “A” a resistência mais elevada e “E” a mais baixa.
- VIII: Indicador do grau de reparação do dispositivo, sendo “A” a melhor pontuação e “E” a pior.
- IX: número de ciclos de carga que os dispositivos são capazes de suportar, mantendo a capacidade da bateria de, pelo menos, 80%.
- X: resistência certificada ao pó, à água e à submersão de acordo com o protocolo IP (por exemplo, IP68 dos iPhones mais recentes).
- XI: número do regulamento que se aplica à etiqueta (neste caso, 2023/1669).
O regulamento exige também que sejam facilmente reparáveis por terceiros e que garantam, pelo menos, cinco anos de atualizações de software.
E a Apple vai conseguir corresponder à UE?
É de notar que são igualmente acrescentadas certas exigências em matéria de conceção ecológica, citadas pelo Ministério da Transição Ecológica e que, a priori, a Apple já cumpre.
Resistência a quedas ou arranhões acidentais, proteção contra o pó e a água e utilização de pilhas suficientemente duráveis. As baterias devem suportar pelo menos 800 ciclos de carga/descarga e manter pelo menos 80% da sua capacidade inicial.
Normas de desmontagem e reparação; incluindo a obrigação de os produtores disponibilizarem peças sobresselentes críticas às oficinas de reparação no prazo de cinco a dez dias úteis e até sete anos após o fim da venda do modelo de produto no mercado da UE.
Disponibilidade de actualizações do sistema operativo por períodos mais longos: pelo menos durante cinco anos a contar da introdução do produto no mercado.
Acesso não discriminatório dos reparadores profissionais a qualquer software ou firmware necessário para a substituição.
Fim das controvérsias sobre a possibilidade de reparação e a bateria
Não haverá nenhum teste oficial da UE para as centenas de telemóveis e tablets existentes no mercado, pelo que tudo dependerá das indicações do próprio fabricante.
A Apple e outras empresas terão de registar os seus dispositivos no EPREL, o Registo Europeu de Produtos para Rotulagem Energética.
São obrigadas a garantir que os dados fornecidos são exatos e estão especificamente proibidas de manipular os testes para obter resultados mais favoráveis.
É o que já acontece com os rótulos de eficiência energética das televisões, e a Apple, como toda a gente, terá de ser honesta quanto à classificação dos seus dispositivos. E se se verificar que um iPhone não é robusto, é difícil de reparar ou só resiste a alguns ciclos de carregamento, terão de o indicar claramente na etiqueta.
E os Apple Watch?
Dispositivos como o Apple Watch Series 10, que estão atualmente isentos do novo sistema de etiquetagem, não são exatamente conhecidos pelo seu elevado nível de reparabilidade. No entanto, a Apple parece estar a melhorar a capacidade de reparação dos iPhones, como apontam os especialistas ao analisar dispositivos como o iPhone 16.
Este novo sistema também resolve debates antigos em áreas como a duração da bateria.
Compreender a saúde da bateria de um iPhone não é fácil e, embora a Apple tenha recentemente tentado tornar as coisas mais fáceis, o novo sistema de etiquetas que marcam as horas de utilização e o número de ciclos permitirá aos consumidores ter uma visão objetiva e transparente do seu desempenho. E, ao mesmo tempo, evitará polémicas como o “Batterygate”.
Acho muito bem.
Sim, muito bem… mas eu já consegui reparar o meu actual telemóvel sem qualquer directiva comunitária. A pequena placa avariada que tive de substituir estava disponível em vários vendedores com “lojas” no Ebay ou AliExpress. O aspecto mais penoso foi mesmo a demora em a peça chegar à minha caixa de correio já que abrir o telemóvel e substituir a placa foi rápido e fácil tal como tinha sido rápido e fácil descobrir qual tinha sido a placa a avariar… o cheiro a queimado e o preto era inconfundível (era a placa onde está a porta USB que, entre outras funções, é parte responsável pelo carregamento da bateria).
Enquanto andei pela Net à procura de uma placa nova encontrei outras peças à venda para o mesmo telemóvel, incluindo baterias.
O que realmente me suscita estranheza é esse «Ministério da Transição Ecológica», o que raio é isso? Vamos mudar de ecologia?! Passaremos de uma ecologia natural para uma artificial, tipo ciborgues? Suponho que já faltou mais…
mete mais tabaco nisso
Cada um fala do que sabe e… não caia, não vá o trambolhão ser grande e doloroso!
É um passo. Não sei se terá real impacto na prática, mas é um passo. Ficará dependente de alguma boa vontade dos fabricantes no que toca a disponibilidade de peças e de know how para mexer nos equipamentos e software (o que não estou a contar muito).
Sinceramente, prefiro comprar telemóveis baratos (+/- 150 euros). Se avariarem vão para a reciclagem e compro novo. Só o simples facto de olhar para um telemóvel pagamos ao técnico. Obviamente que ao falarmos de um iPhone de 1500 paus é outra conversa, mas como o whatsapp e o spotify quase funcionam numa batata, não me interessa nada comprar telemóveis caros. E na verdade, em teoria poderia reparar algumas coisas. Já reparei, por exemplo, fios partidos em tablets (no altifalante é relativamente comum em modelos baratos). Mas quando começamos a entrar em coisas mais complicadas, o tempo de perceber como a coisa funciona, o preço de certas ferramentas e das peças… É mesmo. Telemóveis baratos. E os dois últimos telemóveis baratos duraram 5 anos cada e chegam bem para o que preciso. Cada um saberá de si, mas sinceramente. É só um meio de comunicação/agenda/caixinha de música 😀
Sou só eu, ou o artigo é de tal forma informativo como publicidade gratuita a um fabricante / marca?
Já é prática comum. É o que os mantém vivos.
Tens bom remédio.
Não gostas?. Não venhas cá
É como tu, não gostas, não comentes.
Sim, por instantes fique na dúvida se a nova legislação apenas se aplicaria a ipads, iphones e apple watches ou a todos os tablets, telemóveis e smartwatches vendidos na Europa.
Lá vem mais custos para o consumidor.
Fixe, já agora deixem isso colado nos telemóveis como os totós fazem nas tvs, máquinas de lavar, etc
ahahah
Dependendo do tipo de cola utilizada, arrancar etiquetas tanto pode ser trabalho para poucos segundos como para meia hora a esfregar a cola arriscando a que se “arranque” também a tinta já que há alguma tendência para se utilizar solventes quando se trata de colas mais resistentes.
No caso destas colas mais resistentes o ideal é utilizar óleo mineral (óleo para bebés) que costuma ser muitíssimo mais eficaz do que esfregar até com álcool, acetona ou outro solvente (ainda) mais agressivo para a tinta.
E, caro Fonseca, será de supor que em telemóveis e tábletes tal etiqueta venha na embalagem e não no produto em si, penso eu.
isso seria uma desilusão, adoro ver coisas dessas, como o pessoal que deixa a pelicula do telemovel
Na TV não digo, mas no frigorífico lá de casa deixei propositadamente à vista. É sempre bom lembrar o quanto as coisas realmente custam para operar. Às vezes ajuda a abrir os olhos.
Continua a complexificação porque os politicos e burocratas têm d justificar a sua existência… depois queixem-se que só os Chineses têm dimensão para navegar nesta burocracia imensa.
Quantos custos implica esta nova regulação? Se não está escrito na regulação então uma regulação mal preparada.
A China se quiser vender cá terá de cumprir as mesmas regras. Goste-se ou não, isto (ainda) não é o oeste (ou oriente) sem lei.
Quanto a custos, não cabe à UE divulgar. Até podem ter feito as suas simulações e cálculos, mas se falassem em aumento de custos ou que a medida iria custa xx isso poderia ser visto como “manipulação de preços”. De um lado os fabricantes vinham logo todos aflitos a dizer que custava mais. De outro, vinham os consumidores criticar que a UE estava a “ajudar” os fabricantes a aumentar os preços.
Da parte que percebi, parece-me que a medida é extremamente assertiva. E não é nada que eu nunca tenha pensado antes.
Devíamos também saber a pegada ecológica do fabrico e transporte, até à loja!
É isto a UE, não sabem mais nada a não ser complicar a vida das empresas para poderem darem multas!
Eu acho a medida correta. É preferível deixar as marcas “bloquear” tudo e não deixar mais ninguém mexer. Basta ver a pouca vergonha que é em algumas delas. Entre smartphones e PCs, há marcas onde praticamente ninguém consegue mexer. E o resultado? Uma reparação que poderia custar uns euritos e em alguns casos até poderia ser feita pelo utilizado, fica 10x mais cara por falta de concorrência. Sistemas “fechados” só dão nisso. Custos absurdos de assistência técnica.
O meu portátil já tem uns anitos. Mas além de em tempos ter sido . Comprei um SSD de 256GB de marca decente por 25/30 euros. Ora, certas marcas não deixam que um qualquer Zé mude o disco, a memória ou outra coisa qualquer do seu equipamento, que já pagou. Acho que isso deveria ser um direito inalienável dos consumidores de proceder a trocas de peças. Se os consumidores o sabem fazer ou se vão fazer asneiras, problema deles. Agora ter de ir pagar um valor bem salgadinho pelas peças e mão de obra a peso de ouro é que não. Mas isso é nos equipamentos eletrónicos, nos carros e até, por exemplo, nos tratores agrícolas de algumas marcas. Vai ver, por exemplo, o que é reparar um trator John Deere nos USA. É o que dá a desregulamentação à solta e os que lá mandam ainda querem deixar pior.
Deixar as pessoas reparar o que é seu é complicar a vida? Eu sempre reparei, alterei e mexi nos meus PCs, sejam desktop ou portáteis e outros equipamentos. Até faço esforço para, quando compro, escolher algo que seja possível fazer alguma coisa. Aqui há uns anos tinha um portátil de um amigo com 1 tecla queimada. Preço do teclado na HP? Mais de 100 euros, só a peça. É um mero teclado com uma ficha de fita e custa mais de 100 euros? E mão de obra era quase outro tanto. Arranjei por sorte um teclado igual no OLX por 11 euros. Comprei muito a medo, mas pelo preço arrisquei. E não é que correu bem, mudei o teclado e siga. Algumas marcas/modelos nem isso deixam fazer porque o teclado novo teria de ser “programado” na bios para funcionar. Isso sim é que é complicar a vida das empresas e das pessoas.
Acho que neste caso a UE está a pensar nos consumidores pois muita empresas (Apple) dizem que são fáceis de reparar mas quando se vai a ver são uma guerra para reparar.
O verdadeiro Aifonista nunca repara o Aifone avariado.
Compra outro, que é para ajudar a marca.
Eu só gosto do telefone fabricado na cidade invicta. o iPhod***e
Desativas as apps da Google e “ganhas” mais dias de funcionamento.
Os burocratas a serem burocratas, falta pouco par termos legislação orientadora de como devemos ou não urinar.Em vez de simplificar só complicam , pois todos sabemos que isto só trará mais custos para o consumidor final.